Análise geoquímica dos sedimentos de fundo da bacia hidrográfica do rio Santo Antonio - MG
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https://doi.org/10.59824/rmrh.v6.328Palavras-chave:
Bacia do Rio Doce, Diagnóstico ambiental, Sedimentos, Bacia do rio Santo Antônio, Bacia do rio DoceResumo
A Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio, localizada em Minas Gerais, abrange 29 municípios com cerca de 182 mil habitantes, representando 6% da população da porção mineira da Bacia do Rio Doce. Embora seja a bacia mais preservada dessa região, ela não está imune aos impactos ambientais causados pelo desenvolvimento humano. Nas últimas décadas, o crescimento populacional e a intensificação das atividades de mineração na região têm gerado uma série de desafios ambientais, pressionando os ecossistemas locais. Este estudo teve como objetivo realizar um diagnóstico ambiental por meio de análises granulométricas, mineralógicas e geoquímicas dos sedimentos de fundo, para entender a influência das atividades antrópicas e das formações geológicas nos parâmetros ambientais. O principal objetivo deste estudo foi realizar um diagnóstico ambiental da bacia por meio de análises granulométricas, mineralógicas e geoquímicas dos sedimentos de fundo. Essas análises visaram entender como as atividades antrópicas e as características geológicas locais influenciam os parâmetros ambientais da região. Para isso, durante uma campanha de campo, foram coletadas 16 amostras de sedimentos em diferentes pontos ao longo da bacia. Essas amostras foram submetidas a técnicas avançadas de análise, como Difração de Raios X (DRX) e Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-OES). Os resultados foram comparados com a resolução CONAMA nº 454/2012 e concluiu-se que a maior parte dos elementos químicos presentes nos sedimentos é de origem geogênica. No entanto, foram identificadas contaminações por arsênio, cádmio, cromo e fósforo, especialmente nas confluências com o Rio Doce e em áreas urbanas. Essas contaminações destacam a importância de um monitoramento mais rigoroso pelas autoridades ambientais, para mitigar os riscos aos ecossistemas aquáticos e à saúde pública.
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